Jornalista

Elio Gaspari

Um dos mais prestigiados colunistas do país, é autor de cinco livros fundamentais para a compreensão da ditadura militar no Brasil. Finalizou a série em 2016 com 'A Ditadura Acabada'. Foi homenageado no Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji, em 2014. por sua contribuição ao jornalismo brasileiro. Em 2014 foi escolhido entre os '+ admirados jornalistas brasileiros ? Top 10', em 3º lugar. Em 2015, de novo no 'Top 10' obteve 7.695 pontos. A votação é realizada pelo J&Cia e Maxpress.

Perfil - pós card inicial

Elio Gaspari nasceu em Nápoles, na Itália, em 1944. Chegou ao Brasil ainda na infância, desembarcando no Rio de Janeiro. Foi expulso da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi/RJ), onde cursava História, por razões políticas e iniciativa do diretor Eremildo Luiz Vianna – não por coincidência, portador do mesmo nome de um personagem fictício que há anos frequenta os textos do colunista.
 
Iniciou a carreira jornalística no semanário Novos Rumos (RJ). Tornou-se, depois, auxiliar do colunista social Ibrahim Sued (1924-1995), em O Globo (RJ). Passou pelas redações da sucursal carioca do Diário de São Paulo (SP), ainda no tempo em que o título pertencia aos Diários Associados; do Jornal do Brasil (RJ), onde manteve uma coluna política de 1974 a 1979, e da revista Veja (SP), entre 1979 e 1985, onde foi diretor-adjunto e correspondente em Nova York. É comentarista da Folha de S.Paulo (SP) desde novembro de 1996 e seus artigos são difundidos para outros jornais, como O Globo, Correio do Povo (RS) e O Povo (CE).
 
Criou personagens para melhor ironizar as personalidades e situações que critica. Madame Natasha, por exemplo, é uma professora de português que concede bolsas de estudo para quem se expressa de modo empolado; Eremildo, o idiota, serve de ilustração daqueles que usam indevidamente o dinheiro público.
 
Em 1984, conseguiu uma bolsa de estudos com duração de três meses no Wilson Center for International Scholars e fez uma pesquisa sobre duas personalidades marcantes do período da ditadura militar brasileira: os generais Ernesto Geisel (1907-1996) e Golbery do Couto e Silva (1911-1987). Seus esforços resultaram em quatro livros-reportagem, divididos em duas partes, considerados fundamentais para o entendimento do que foi o golpe de 1964: As ilusões armadas: A ditadura envergonhada (2002), As ilusões armadas: A ditadura escancarada (2002), O Sacerdote e o Feiticeiro: A ditadura derrotada (2003) e O Sacerdote e o Feiticeiro: A ditadura encurralada (2004), publicados pela Companhia das Letras. Pelos dois primeiros, recebeu o Prêmio de Melhor Ensaio da Academia Brasileira de Letras, em 2003.
 
É coautor, também, de Versões e Ficções: O sequestro da história, com Daniel Aarão Reis Filho (Perseu Abramo, 1997), e 70/80 – Cultura em trânsito: Da repressão à abertura, com Heloísa Buarque de Hollanda e Zuenir Ventura (Aeroplano, 2000). Com Lilia Mortiz Schwarcz, é organizador da coleção Perfis Brasileiros da editora Companhia das Letras.
 
Em 2012, venceu o Prêmio Comunique-se, na categoria Colunista de Opinião/Articulista. Foi homenageado na nona edição do Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji em 2014 por sua contribuição ao jornalismo brasileiro. Na ocasião, também foi exibido um minidocumentário sobre sua vida e obra.
 
Em 2014 foi escolhido entre os '+ admirados jornalistas brasileiros – Top 10', em 3º lugar. Em 2015, ainda no 'Top 10' ficou da 5º com seus 7.695 pontos. 
 
Realizada por Jornalistas&Cia em parceria com a Maxpress, a votação é feita dois turnos, abrange um colégio eleitoral integrado por 48 mil profissionais, sendo cerca de 3 mil da área de comunicação corporativa e 45 mil jornalistas de redações.  Nesta segunda edição da premiação foram recebidas cerca de 8 mil indicações, abrangendo quase 3 mil nomes de jornalistas. Passaram para a final 347 jornalistas da etapa Nacional.
 

O livro que encerra a série de Elio Gaspari chegou no início de junho de 2016. Foi lançado pela editora Intrínseca. É o quinto volume da Coleção Ditadura, do jornalista Elio Gaspari sob o título A ditadura acabada - últimos suspiros do regime militar parte de uma séria que já editou quatro volumes sobre o regime militar no Brasil e que com este título chega à conclusão.

Nesta, o autor examina detalhes do período de 1978 a 1985 - final do governo do presidente Ernesto Geisel e a posse de seu sucessor, o general João Baptista Figueiredo, até a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral. Anos decisivos da abertura política: fim do AI-5, manifestações políticas pela anistia e pela volta das eleições diretas para a presidência, os atentados como o episódio da bomba no Riocentro em 1981, e uma crise econômica sem precedentes.

No epílogo, denominado “500 vidas”, o autor acompanha o destino de quinhentos personagens que sobreviveram ao fim da ditadura, entre militares e militantes, empresários e sindicalistas, torturados e torturadores. Alguns desses sobreviventes chegaram à presidência da República, como a presa política Dilma Rousseff, o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva e o professor Fernando Henrique Cardoso. É uma conclusão impactante para uma obra fundamental sobre a história recente do Brasil.

A Coleção Ditadura, com seus cinco volumes, poderá ser encontrada também em um luxuoso box em versão impressa e digital.

 
 
Atualizado em junho/2016 - Portal dos Jornalistas
Fontes:
Arquivo Jornalistas & Cia.
 

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