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Jornalista

José Hamilton Ribeiro

Repórter Especial do programa e da revista Globo Rural. Vencedor de sete Prêmios Esso, entre outros. Ícone do jornalismo brasileiro. Foi biografado pelo jornalista Arnon Gomes, em livro lançado em 2015. Foi eleito em 2015 entre os ‘TOP 50’ dos +Admirados Jornalistas Brasileiros. A votação é realizada por Jornalistas&Cia em parceria com a Maxpress.

Perfil - pós card inicial

José Hamilton Ribeiro nasceu em 1° de agosto de 1935, em Santa Rosa do Viterbo (SP). Teve as primeiras experiências com o jornalismo no grêmio estudantil, quando dirigiu o jornal da escola. Mudou-se para a capital do Estado e realizou o sonho de garoto: entrou em 1955 para o curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero (SP), que não completou – comandou uma greve de estudantes e foi proibido de continuar a graduação, junto com os colegas Paulo Patarra (1934-2008), Judith Patarra e José Carlos Del Fiol. Vários anos depois, voltou à instituição como professor (também deu aulas na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap/SP – e foi membro da Comissão de Avaliação de Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP). Estudou Direito em Uberaba (MG), formando-se em 1964.

Começou no jornalismo em 1955, trabalhando como redator na rádio Bandeirantes (SP), da meia-noite às seis da manhã, convivendo com ícones da música caipira, que valorizaria em livros e reportagens muitos anos depois, como Ted Vieira, João Pacífico, Capitão Furtado e as duplas Cascatinha e Inhana e Tonico e Tinoco. Logo passou a atuar na imprensa escrita, no extinto jornal O Tempo, ainda em 1955, e, em seguida, na Folha de S.Paulo (que deixava de ser Folha da Manhã), em junho de 1956. Cobriu a primeira missa realizada em Brasília, em 1957, três anos antes da inauguração da capital.

Foi para a Editora Abril, em 1962, para ocupar o posto de redator-chefe da revista Quatro Rodas, onde seu trabalho ganhou visibilidade e notoriedade. Nesse período ganhou dois Prêmios Esso, um em equipe (em 1963, com a matéria especial Radiografia do Rio, que continha a reportagem Subindo o morro, com Pandeirinho, Cartola, Sargento...) e outro na categoria Regional/Grupo A (em 1964, com o especial São Paulo de corpo inteiro, ao lado de Mino Carta, Vitor Antônio Gouveia, Paulo Patarra e José Roberto Pena; sua reportagem se intitulava A noite tem mil bandeiras).

Em 1966, passou a editor-chefe da revista Realidade, publicação de características inovadoras, que privilegiava as grandes reportagens. Atuou, em março de 1968, como enviado especial ao Vietnã, onde viveu o drama pelo qual nenhum correspondente de guerra quer passar: virou notícia, ao perder a parte inferior da perna esquerda na explosão de uma mina terrestre, perto de Quang Tri.

O incidente não tirou o fôlego do repórter, pois voltou a trabalhar tão logo saiu da cama, cobrindo, por exemplo, o escândalo que envolveu o assassinato do candidato presidencial Robert Kennedy (1925-1968), nos Estados Unidos. A experiência no Sudeste Asiático rendeu – além da reportagem Nosso repórter viu a guerra de perto. Ferido no Vietnã, publicada na revista – o livro O gosto da guerra (Brasiliense, 1969), relançado em 2005, pela Objetiva, com uma segunda parte inédita quando completou 50 anos de carreira, na qual narra a visita, 30 anos depois, ao mesmo local onde foi ferido anteriormente.

No período em que trabalhou na Realidade, venceu mais quatro Prêmios Esso, três deles individuais, todos na categoria Informação Científica: em 1967, com a reportagem Uma vida por um rim; em 1968, com De que morre o Brasil; e em 1973, com Seu corpo pode ser um bom presente. Em 1972, fez parte da equipe que venceu na categoria Melhor Contribuição à Imprensa, com a edição especial sobre a Amazônia, que abrigava sua reportagem O assassinato da terra. Nas três últimas premiações, a revista estava sob censura prévia da ditadura.

Em 1974, foi ser repórter da revista Veja, ainda na Editora Abril, e colaborador do jornal EX. Cansado de enfrentar a censura, nos anos seguintes, trabalhou no interior de São Paulo, ajudando a modernizar redações com os avanços da informática. Foi diretor de O Diário, de Ribeirão Preto, em 1975, e dirigiu o Dia e Noite, de São José do Rio Preto, em 1977, onde ganhou mais um Prêmio Esso, na categoria Regional/Sudeste, com a matéria Na boca da milésima extracorpórea.

Voltou a São Paulo em 1978, quando assumiu o cargo de editor-chefe de Jornalismo da extinta TV Tupi, além do de diretor-geral do programa Pinga Fogo. Paralelamente, dirigia a redação do Jornal de Hoje, de Campinas. Passou definitivamente para a frente das telas em 1981, como repórter especial do Globo Repórter, da Rede Globo de Televisão. No mesmo ano, começou a produzir reportagens para o programa e para a revista Globo Rural, da qual se tornou, posteriormente, repórter especial.

Publicou mais livros: Deixem-me ser eu (São Paulo, 1968); Pantanal, amor bágua (Brasiliense, 1974), considerado o Melhor Livro Juvenil pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1978; Kadiuéu – A vingança do índio cavaleiro (Brasiliense, 1979); Gota de sol – A viagem da laranja, desde sua descoberta nos jardins da China aos navios sucoleiros de hoje (Globo, 1985), com fotos de Amilton Vieira; Senhor Jequitibá – O dia em que Seu Rosa falou (Quinteto Editorial, 1987); Os três segredos que fizeram o político mais votado do Brasil (Nossa Editora, 1987); O desafio de Campinas (JJN Editorial, 1988), Jornalistas 1937 a 1997 – História da imprensa de São Paulo vista pelos que batalham laudas (terminais), câmeras e microfones (Imprensa Oficial, 1998); Manual da música caipira – As 270 maiores modas de todos os tempos (Globo, 2006); O repórter do século (Geração Editorial, 2006); Os tropeiros – Diário da marcha (Globo, 2006), e A greve das graças do Pantanal, ainda não publicado.

Escreveu, ainda, O cavalo árabe no Brasil (ABCCA, 1979), com Antônio Carlos Rodrigues, e Realidade re-vista (Realejo, 2010), em coautoria com José Carlos Marão, em que aborda o jornalismo revolucionário praticado pela equipe da revista Realidade entre 1966 e 1976. Os dois fizeram parte da equipe de Redação da revista. Em 2012, Zé Hamilton falou do livro em entrevista ao Programa do Jô.
Organizou o livro Que é isso, computador? (SJPESP, 1982) e participou da antologia Rio em tempo de amor, organizada por Paulo Dantas (Francisco Alves, 1964), de O livro das grandes reportagens (Globo, 2004), ao lado de William Waack, Joel Silveira (1918-2007), Luiz Carlos Azenha, Edney Silvestre, Fernando Molica, André Luiz Azevedo e Geneton Moraes Neto, e de A vaga é sua (Publifolha, 2010), organizado por Ana Estela de Sousa Pinto e Cristina Moreno de Castro.

Foi presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Científico e ocupou vários cargos no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Em 1991, vice-presidente da entidade, na gestão Antonio Carlos Fon, foi encarregado de dar nova vida ao jornal da entidade, o Unidade. Entre outras mudanças, sugeriu a criação de uma coluna em que os jornalistas aparecessem, não importando o motivo: se tinha casado, mudado de casa ou de trabalho etc. Batizada de Moagem – palavra que no Mato Grosso do Sul serve para qualificar as novidades, as fofocas, os comentários sobre a vida alheia que as pessoas fazem nas rodinhas da porta de igreja depois do casamento, do lado de fora dos velórios, sentadas na beira do rio durante a pescaria –, a coluna foi entregue a Eduardo Cesário Ribeiro e rapidamente passou a ser a mais lida do jornal. Por conta disso, foi crescendo, ganhou uma página, duas, três, até que não coube mais só no Unidade; virou fax semanal, o FaxMOAGEM, que em 1995 passou a se chamar Jornalistas&Cia.
Além dos Esso, recebeu os prêmios Maria Moors Cabot 2006 – da Universidade de Columbia (EUA) –, Personalidade da Comunicação 1999, José Reis de Divulgação Científica 1999, Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 1983 (duas vezes), 1984 e 1987, Troféu Especial de Imprensa ONU: 60 Anos de Declaração 2008, Líbero Badaró 1997, Cláudio Abramo de Jornalismo, Telesp de Ciência, Embratur, Bicentenário da Imprensa no Brasil, Confederação Nacional de Agricultura 1995, Massey Fergusson 2007 e Caixa de Jornalismo Social 2005, este com Francisco Maffezoli Júnior, Ivo Coelho, Jorge dos Santos, Olympio Giuzio, Orlando Daniel e Adalto Vieira.

Foi condecorado com as medalhas Marechal Rondon, da Sociedade Geográfica Brasileira, e do Mérito do Trabalho, no grau de Oficial, do Ministério do Trabalho. Foi escolhido, em 2008, para receber o Prêmio Brasileiro Imortal e ter batizada com seu nome uma espécie de antúrio-mirim da flora brasileira, descoberta na reserva natural da mineradora Vale, localizada em Linhares (ES). A planta passou a ser denominada Anthurium hamiltonii nadruz. É Cidadão Sul-mato-grossense desde 1996 e Cidadão Mato-grossense desde 2003.
Em 2010, recebeu o título de Cidadão Paulistano e deu seu nome ao Prêmio Master de Jornalismo Profissional José Hamilton Ribeiro, criado pela Secretaria do Interior e Litoral do Estado de São Paulo e pela Diretoria Regional em São José do Rio Preto do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

É pai da escritora e jornalista Teté Ribeiro, casada com o também escritor e jornalista Sérgio Dávila.
Em dezembro de 2014, ao lado de Miriam Leitão, liderou o ranking dos Jornalistas mais premiados de todos os tempos, elaborado pelo Jornalista&Cia. Zé Hamilton foi líder em duas das três edições anteriores. Em setembro de 2015, foi o homenageado da segunda edição da série Repórter, promovida pelo Itaú Cultural, idealizada por Eliane Brum. A edição celebrou os seus 60 anos de reportagem. Ainda nas celebrações dos 60 anos de profissão, recebeu a homenagem do jornalista Arnon Gomes, editor-executivo do jornal Folha da Região, de Araçatuba (SP), que lançou em 2015 a biografia de José Hamilton Ribeiro – O jornalista mais premiado do Brasil’. Foi eleito em 2015 entre os ‘TOP 50’ dos +Admirados Jornalistas Brasileiros.  A votação é realizada por Jornalistas&Cia em parceria com a Maxpress.    

Atualizado em dezembro/2015 – Portal dos Jornalistas Fontes: Jornalistas&Cia – Edição 1028

Resumo

Experiência profissional

1956 - 1957
Folha de S.Paulo (Jornal)
Jornalista
1955
Bandeirantes (Rádio)
Jornalista
1955
O Tempo (Jornal)
Jornalista
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Senhor Jequitibá (1979)

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Pantanal Amor Bágua (1974)

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O Gosto da Guerra (1969)

Formação

Formação acadêmica

1964
Direito
Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (MG)